sábado, agosto 09, 2008

Diálogo

O tempo fecha, eu pego a chave e a porta abre. Fecho a porta e fico quieto. Abro a porta e me fecho. Lá permaneço, abre-se outra porta e passa alguém.
Não o conheço e mora em minha casa. Os trajes pretos revelam o luto, a dor, a revolta, a mágoa e a insegurança.
(...) São palavras escondidas em tecidos mortos.
Elas não me bastam, já dizem tanto, e contraditoriamente, tão pouco, que mal entendo seus significados.
Passo a porta, a outra: - Posso falar com você? "Claro, sente-se aí".
Palavras ditas e sentidas, quase escorridas por lágrimas de histórias semelhantes. Códigos soltos através de confidências a estranhos.
Tão estranhos, estranhando a delicadeza de um diálogo.

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Agradeço o comentário, os créditos e citação da Lariane

"Então observem, leiam, reflitam e façam o que ''vier na mente''". (Lariane Guerino)