domingo, fevereiro 20, 2011

Luxúria

(Isabella Taviani)
Dobro os joelhos
Quando você, me pega
Me amassa, me quebra
Me usa demais...
Perco as rédeas
Quando você
Demora, devora, implora
E sempre por mais...
Eu sou navalha
Cortando na carne
Eu sou a boca
Que a língua invade
Sou o desejo
Maldito e bendito
Profano e covarde...
Desfaça assim de mim
Que eu gosto e desgosto
Me dobro, nem lhe cobro
Rapaz!
Ordene, não peça
Muito me interessa
A sua potência
Seu calibre, seu gás...
Sou o encaixe
O lacre violado
E tantas pernas
Por todos os lados
Eu sou o preço
Cobrado e bem pago
Eu sou
Um pecado capital...
Eu quero é derrapar
Nas curvas do seu corpo
Surpreender seus movimentos
Virar o jogo
Quero beber, o que dele
Escorre pela pele
E nunca mais esfriar
Minha febre...




quinta-feira, fevereiro 17, 2011

Inconstante

"Para sempre é muito tempo. O tempo não pára! Só a saudade é que faz as coisas pararem no tempo". (Mario Quintana)
"O tempo às vezes é alheio as nossas vontades, mas tudo que é bom só dura o bastante pra se tornar inesquecível". (Charlie Brow Jr.)


terça-feira, fevereiro 15, 2011

Aos imorais

Os imorais
se chocam
por nós
Por nosso brilho
Nosso estilo
Nossos lençóis...
Mas um dia, eu sei
A casa cai
A moral da história
Vai estar sempre na glória
De fazermos o que nos satisfaz.

[Chistiaan Oyens e Zélia Duncan]

domingo, fevereiro 13, 2011

Hoje em dia

Não há nada como os dias em moratória. É como gestar uma semente que talvez nunca tenha sido fecunda. É crer numa dolorosa esperança de que haverá boas novas mudando o percurso do trem, chegando a todos os pequenos castelos vistos debruçado num travesseiro. E o caminho não parece fácil, pois esperar por certezas que podem nunca chegar é como estar num porto sem saber que navio embarcar.