domingo, novembro 11, 2018

(Des)importância

Não basta sentir
Aos desejos consentir
Tem que provocar e extravasar
Na inquietude, deixar vazar

A esperança de uma mensagem
Expectativa futura de uma viagem
O querer de um beijo
Saboreado entre um bom vinho e queijo

Você foi de laranja e eu melancia
Na busca ante minha vacância
Eu que te pedi ao vento
Agora, me reinvento

Você que não soube me amar
Não faz ideia do que eu podia tramar
Dar-te-ei um sentimento em consonância
À tamanha (des)importância

sábado, novembro 10, 2018

Aclimação





Aclimação* 

Um oásis de verão
O bairro do meu coração
Amo-te por gratidão

Das pedras preciosas de suas curvas
Aos corpos celestes de suas ruas
Seria o discóbolo a mais notória de suas belezas nuas?

Inspiração de Carlos Botelho
Das águas límpidas como o reflexo de um espelho
Poderás aclimatar o eucalipto vermelho?

Focaria-me a atenção com seu esplendor?
Organizaria-me geometricamente com o art-déco?
Ou ludibriaria-me em seus traços art-nouveau?

Certamente, Raful sintetiza uma busca axial
Da poética e ar do interior na capital
De um bairro decorado com a estética (neo)colonial

É tão bom observar-te
E com dedicação retratar-te
Será que um dia vou deixar-te?


*Escrito em 2016, editado e acrescentado em 2023.