sexta-feira, novembro 20, 2009

A favor do PLC 122/2006

Você é a favor da aprovação do projeto de lei (PLC 122/2006) que pune a discriminação contra homossexuais?"

A central de relacionamentos do senado brasileiro lançou a enquete acima para saber a opinião pública sobre o projeto de lei 122/2006 que pune a discriminação contra homossexuais.

Pasmem! Grupos evangélicos, estimulados pela bancada religiosa e conservadora do senado, estão votando contra o projeto de lei, com o argumento da “liberdade de expressão e religiosa”. Alguns pastores evangélicos estão em campanhas contra o PCL 122.

Ora, não importa o respeito, o direito a cidadania, a violência presente nos discursos, a discriminação, (...)?

Será que a liberdade de expressão e ideológica não tem limites na experiência humana, haja vista as conseqüências do nazismo?
PELO ESTADO LAICO DE FATO!!!


sexta-feira, outubro 30, 2009

Política Líquido-moderna



“A política se torna basicamente um exercício de autoterapia individual, uma realização individual, não um esforço voltado à construção de um movimento”. (Thomas Frank apud Zygmunt Bauman)



sexta-feira, outubro 09, 2009

Quase sempre há continuação

Não são os obstáculos, os imprevistos ou a covardia que nos limitam a permanecemos atônitos e indiferentes onde estamos, mas descrença de se chegar à algum lugar. Ontem, me dei conta que a música nunca teria ou terá efeito aos surdos. Já não vale cantá-la ou gritá-la num cenário hostil. Resta agora, encontrar um ofício que me faça valer a esperança proclamada.

sexta-feira, setembro 25, 2009

Meu nome é Léolo

Quando criança vivia uma realidade inventada. Os sonhos, seus principais e mais fiéis companheiros, guiavam seus dias sem sol. Imaginava a todo tempo uma história que não era sua. O cenário, sua casa, os atores, seu espelho, o romance, sua imaginação.
Nesse mundo, mesmo sem amigos, sem armário cheio, sem o modelo familiar, nada lhe faltava. Seu desejo de sobrevivência ultrapassava os limites do consciente, pois ele precisava acreditar nas mentiras que eram as poucas verdades que lhe mantinha vivo.
E numa viagem tudo muda. Os sonhos deixam de ser apenas as inverdades de outrora. Então, Léolo, o criador de sonhos, entra num futuro diferente do passado. A esperança, que antes aparecia transvertida de mentira, mostra sua face. E até onde se lê do enredo ela permanecerá junto a ele para todo o sempre.

sexta-feira, agosto 28, 2009

Ora, que democracia???

Como se não bastasse a disparidade de poder no atendimento de interesses dentro das universidades públicas, espaços dito democráticos, o corpo hegemônico ainda tenta nos excluir das principais decisões.
O sistema democrático prevê uma doutrina e regime político baseado nos princípios da soberania popular. Assim, buscando atender as demandas de sua comunidade, os gestores públicos deveriam não apenas consultá-la, mas fazer com que a mesma fosse participativa nas suas decisões. Essa comunidade, co-autora das ações, efetivaria e legitimaria um sistema democrático, público e não privado. O que na prática não é visto.
Protesto pela legitimidade do sistema democrático, pelos interesses públicos e não privados. Reclamo a vergonha da hegemonia de poder dentro das universidades públicas.

sábado, agosto 01, 2009

Nomadismo Estratégico

Minhas ações e objetivos são frutos do meu passado e também produtos do momento em que vivo. A realidade que me constitui é diferente a cada dia. Amanhã já serei outro, assim como meus ideais.

Do que seriam os sonhos se fossem apenas alguns poucos, sonhados por uma vida inteira?

segunda-feira, julho 20, 2009

Paradas LGBT e idealISMOS


Sob a perspectiva de entendermos o capitalismo como um fenômeno e sistema social, concordo com a idéia de que a discriminação de gênero seja determinada pela relação de produção da sociedade capitalista, bem como com todas as outras opressões conseqüentes dos padrões hegemônicos de poder. E a de fato “minoria” – (HOMENS adultos, brancos, heterossexuais, de famílias abastadas, sem deficiências físicas e sensoriais) construirá um discurso e uma cultura de inferiorização daqueles que se diferem do seu perfil, ainda mais, nas relações de produção e trabalho. Contudo não acredito que a realidade da humanidade no planeta só possa ser entendida a partir das relações sociais e de um sistema de produção. Somado a isso temos também as concepções e experiências intrapessoais e ações externas a vivência humana.
Pra mim, não dá para compreender o mundo apenas a partir de uma visão de sistema econômico e social (Capitalismo X Socialismo), e me parece que muitas vezes alguns estudiosos se limitam a isso, também munidos de um idealismo.
As paradas LGBT, explosão dos guetos, são produto de uma época, de uma geração que vivencia o capitalismo como sistema econômico e social, e obviamente, sendo um movimento social terá características do meio em que se constitui. A partir disso, tento visualizá-la por vários aspectos, como uma construção de espaço (seja ele de consumo, visibilidade, lazer...), de produto de um sistema econômico, e também como afirmação de uma identidade de grupo (o qual se constitui pela identificação e opressão).
E dentro da minha visão ideológica (porque seria impossível a neutralidade) acredito que a desqualificação da parada vem, principalmente, da “minoria” opressora, que vê sua moral e principios afronados. Mesmo que ela não tenha palavras de ordem, militantes politizados revogando determinada lei, ela ainda é política e reivindicatória, pois ela coloca nas ruas (hoje de todo canto do país) - um local público, a manifestação das inúmeras IDENTIDADES sexuais. Elas mostram as travestis, os gays (masculinizados e afeminados), as lésbicas (menininhas e caminhoneiras), as dragqueens, e as (os) transexuais como são, uma contestação aos padrões hegemônicos. Assim, as paradas LGBT afrontam os conceitos machistas da constituição da família patriarcal, a qual é disseminada pelas igrejas, também fruto de um processo econômico e social.
Alguns acreditam que as paradas apresentam um formato agressivo de se atingir o objetivo primordial – o direito de se manifestar a sexualidade. E ainda como alavancas contrárias ao movimento, como estímulo a ridicularização e a homofobia. Ou apenas como um evento vendido para o capital - um "carnaval fora de época".
Ora, mas a partir de que parâmetros consideramos isso? São os esteriótipos que prejudicam a imagem e identidade do grupo? É o formato do evento que o qualifica como movimento social? Quem, hoje, compõe as grande paradas? É com os olhos de quem que avaliamos isso? Eu, hoje, acredito que muitas vezes olhamos para tudo isso com os olhos dessa “minoria” opressora, que nos condiciona a uma visão e percepção limitada da realidade.
Porque as “bichinhas poc-poc” ou as “caminhoneiras” denigrem a imagem do grupo? Se são elas e eles grandes militantes do nosso cotidiano. Eles dizem todos os dias “Temos uma manifestação de sexualidade diferente da sua”. Será a mulher ou homem, intelectual, “menos afetado (a)” o (a) principal militante contra a homofobia? A meu ver não, porque ele é o que está mais próximo dos padrões de poder, conseqüentemente, será mais aceito. Não porque aceitaram sua orientação de verdade, mas porque ele é o mais parecido com quem o oprime, ou seja, é superior na classificação dos olhos dos opressores.

A partir do meu idealISMO acredito que as paradas se configuram como contradições de um sistema ecomomino e social em processo. Ela é a afirmação e negação do mesmo. É a mão e a obra.

OBS: Aceito nesse texto duas definições de minoria: 1) Número reduzido de pessoas; 2)Grupo de indivíduos excluídos do poder.


A REVOLTA DOS PERDIGOTOS
Por: João Ximenes Braga

[Carta sobre o Homoterrorismo]

E quando se trata de sexualidade, só existe uma coisa no mundo que consegue ser mais desprovida de importância que a opinião pessoal: o julgamento moral. Você pode julgar quanto quiser a sexualidade alheia. Não tem importância. Você pode ser conservador e barrar leis no Congresso, fazer passeatas pela família, dizer que o mundo está acabando, que Deus vai punir a todos. Não tem importância, não passa do registro da fofoca, ninguém vai deixar de se deitar com quem quer. Pode até deitar escondido, ou demorar a criar coragem, mas vai deitar. Deitar e suar e trocar saliva e outros fluidos que, com sorte, ficarão na camisinha. E você pode achar isso nojento. Mas não tem importância. Pois a sua opinião e o seu julgamento sobre a sexualidade alheia não tem importância. Porque é alheia. Se for alheia, é do outro; se é do outro, não é sua; não sendo sua, não vai mudar por sua causa”.

segunda-feira, julho 13, 2009

Críticas

Guardemos os mais vailosos elogios para os momentos oportunos, não os gastemos no calejar dos dias de labuta. Eles só são válidos quando escassos. Deixemos que falem, gritem e gozem as críticas, pois serão elas que nos farão bons.

sexta-feira, maio 01, 2009

O sol determina aos olhos a idade

O sol escalda a pele frágil já marcada pelo tempo
E a idade é mero registro de anteontem
A carne, perecível ao tempo, amanhã já está passada
Mostra as veias ávidas por um sangue novo

Os olhos vêem o desejo intenso da conquista
E a determinação é a substância do presente
O sonho, perdurável ao tempo, no futuro é lembrança
Remete a ânsia de uma vida plena e a fome pela morte digna

A carne é a fome pela morte digna
O sonho a ânsia de uma vida plena

domingo, março 29, 2009

Versos Íntimos

- Augusto dos Anjos -

Vês! Ninguém assistiu ao formidável
Enterro de tua última quimera.
Somente a Ingratidão - esta pantera -
Foi tua companheira inseparável!

Acostuma-te à lama que te espera!
O Homem, que, nesta terra miserável,
Mora, entre feras, sente inevitável
Necessidade de também ser fera.

Toma um fósforo. Acende teu cigarro!
O beijo, amigo, é a véspera do escarro,
A mão que afaga é a mesma que apedreja.

Se a alguém causa inda pena a tua chaga,
Apedreja essa mão vil que te afaga,
Escarra nessa boca que te beija!

***

Antes o extremo cansaço da busca por ideais do que a insignificante crítica de palavras rasas. Prefiro atender uma vaidade, mesmo que medíocre, a permanecer intacto, indiferente e pobre de humanidade.

Fábio Ortolano

quinta-feira, fevereiro 05, 2009

Três Mulheres

A primeira delas é a eterna moça do sorriso, a que me trouxe ao mundo, sendo parte de minha essência. Não só me quis como me aceitou e confiou um dos mais belos amores. Aponta-me com simplicidade, e sem saber, os valores da vida. Revela-me calada o poder das palavras. E acordada, a importância dos sonhos. Mostra-se forte por sua fraqueza. Lembra-me a menina da foto na parede.
A segunda é minha amiga, confidente, exemplo de garra e determinação. Ensinou-me a graça e beleza do amor. Fez-me ver a cumplicidade de um casal e o encanto de alguém que ama o que faz. Motiva-me a sorrir. A realidade, ao seu lado, de tão confortável me parece um romance literário.
A terceira é digna de ternura, modelo de sabedoria e carisma. União de inteligência e doçura. Revela-me hoje um espelho vivo, de um futuro glorioso. É tão próxima, que se faz distante. Exata, como um dia após o outro e a vontade de viver a cada amanhecer. Ensina-me a querer as sementes e não somente as flores das árvores adultas.
Minha mãe, minha tia e minha mestre.

segunda-feira, janeiro 26, 2009

O simples, o convencional, o básico

Num caminhar às 18, 19, 20 horas talvez eu encontre as respostas que procuro. Ando sem rumo e sem querer lugar algum, apenas ando.
O que me assusta é essa inércia que me orienta e as tantas ausências vividas nesses últimos dias: de sonhos e esperanças, desejos e paixões, vontades e coragem.
Pode ser que o bom mesmo seja acreditar na idéia lúdica de viver, pois assim, a vida ganha os traços do sorriso, como aqueles despertados nas crianças ao verem o trenzinho passar.
Só me resta o simples, o convencional, o básico.