sexta-feira, março 09, 2007

Vou-me para Rabocaso


Vou-me para Rabocaso, não para Pasárgada. Não escolherei a cama, nem ao menos os companheiros. Sim, os vejo como outra civilização, parecem bem educados. Lá não serei amigo do rei, e mesmo sendo, não teria importância. Se ficar sozinho, assim estarei, não haverá escapatória. Mas posso dizer uma coisa, por aquelas terras a existência também será uma aventura.
Nada é como outrora, como os dias que não se via passar as horas. Muda-se o rumo do romance. O enredo já não é o mesmo. As páginas são viradas sem ao menos imaginar como será a próxima cena. Cada passagem tem uma intensidade, todas fortes. E quando o sol se deitar a personagem vai chorar. Mas nada ela fará, mesmo que a vontade de se matar a dominar.
Aqui sou feliz, e lá? Rabocaso, cidade de meu maior caso? Será que um dia, por lá, eu ainda me caso? Já sei, farei como nos tempos de eu menino, fecharei os olhos e imaginarei só coisas boas. Pode ser tudo diferente, mas pelo menos serei um sonhador.


Fábio Ortolano

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