quarta-feira, setembro 26, 2007

Grito II

Eu, marinheiro de primeira viagem, me entreguei ao mar, sem saber que rumo a embarcação tomaria, o tempo estava fechado, mas eu só pensava e via o horizonte. Acreditava que meus sonhos fossem o bastante para chegar em qualquer destinação.
Hoje eu grito por me sentir um naufrago, vendo todos aqueles sonhos engolidos pela fúria das tempestades. Eu não tinha a experiência dos velhos navegantes, no entanto, eu tinha as mais belas e puras intenções nessa viagem.
Está tudo escuro, fora de controle, me sinto impotente diante de tamanha tempestade que mais me parece um pesadelo.
Tomara que um passarinho trazido pelo tempo venha logo me acordar, assoprando um grito de paz e esperança.

Fábio Ortolano

***
50 Receitas
(Leoni, Frejat)

Eu respiro tentando encher os pulmões de vida
Mas ainda é difícil deixar qualquer luz entrar
Ainda sinto por dentro toda a dôr dessa ferida
Mas o pior é pensar que isso um dia vai cicatrizar
Eu queria manter cada corte em carne viva
A minha dôr em eterna exposição
E sair nos jornais e na televisão
Só pra te enlouquecer
Até você me pedir perdão

Eu já ouvi cinqüenta receitas pra te esquecer
Que me lembram que nada vai resolver
Porque tudo, tudo me traz você
E eu já não tenho pra onde correr

O que dá raiva não é o que você fez de errado
Nem seus muitos defeitos, nem você ter me deixado
Nem seu jeito fútil de falar da vida alheia
Nem o que eu não vivi aprisionado em sua teia

O que me dá raiva são as flores e os dias de sol
São os seus beijos e o que eu tinha sonhado pra nós
São seus olhos e mão e seu abraço protetor
É o que vai me faltar
O que fazer do meu amor?

Eu já ouvi cinqüenta receitas pra te esquecer
Que me lembram que nada vai resolver
Porque tudo, tudo me traz você
E eu já não tenho pra onde correr

4 comentários:

Anônimo disse...

Vamos navegar meu caro colega!
Eu por muito sonhara, veio o mar levou meu coração e eu ainda continuei a sonhar... Não amaldiçoo o vento, pois lá está meu coração, bem no fundo dos mares como um tesouro a escutar os cantos das sereias. E falando em mar, tão belo encontro entre as águas e o horizonte!

Acreditara nos meus sonhos, por mais que tentasse faze-los acontecer... e agora eis que eles surgem repentinamente, colocando passado, presente e futuro em jogo...

Não te sintas sozinho nesta jornada, como os meus amigos aqui da Unicamp dizem, 'Cícero os tesouros estão guardados, na eminência de serem encontrados... e os sonhos? sempre passíveis de serem sonhados e tornarem se realidade' - ae lhes digo marinheiro, vamos à embarcação zarpar oceanos a fora procurando pelos tesouros perdidos e vales encantados.

R.I.P.

Anônimo disse...

Esses dias nas minhas andanças internet a fora achei isso:

"Às vezes construimos pequenos
sonhos em cima de grandes
pessoas... o tempo passa e
descobrimos que grandes eram os
sonhos, e as pessoas, pequenas
demais para torna-los reais..."

Não sei se concordo com a passagem final do fragmento, uma vez que nós mesmos idealizamos as pessoas. Talvez elas não sejam tão pequenas, porém devo concordar que em alguns casos grandes eram os sonhos, maiores que os próprios sonhadores.

Não perca a esperança amigo! Infeliz daquele que não sonha!!!!

R.I.P.

Anônimo disse...

Nossa Fábio. Não vou pedir para vc apagar as linhas acima, mas ultimamente minha cabeça está parecendo uma senóide, isto é uma função seno ou um varias indefinições e funções cujas derivadas e integrais são desconhecidas. Alguns dias estou bem, outros péssimo. Era para ser algo normal, se eu não tivesse me consumido tanto como nestes dias que sucederam se desde o final do outono.

Ultimamente não tenho conseguido controlar minhas emoções, muito menos minhas palavras. Elas representam muito pouco, ou quase nada do que estou passando e ainda do que estou vivendo, apenas sintetizam alguns anseios e até alguns medos que confundem se num emaranhado de sensações e emoções.
Continuo acreditando em sonhos, mesmo que eles sejam só meus, são sonhos e me trazem esperança.

Aqui hj estou como ha muito tempo não me via. Estou feliz, orgulhoso, e menos confuso... (andei de cometa....hahuhauhua). Aproveitando este estado de espírito lhes digo que o melhor é pensar em quão infinitos podem ser os caminhos a se navegaram no mar, sempre haverão portos a se atracarem e mesmo que não tenham, podemos construi-los. As tempestades e intempéries sempre passarão, com elas viram a esperaça o vento que semeia e as flores, não no mar, mas nos continentes em que em algum momento iremos desembarcar.

R.I.P.

Anônimo disse...

Não sei como vc está agora...
Mas confiamos muito do que estamos sentindo a algumas pessoas. Realmente elas são muito importantes, mas não podemos esquecer de que nossas respostas, nossas perguntas, medos, anseios e sonhos estão em nós mesmos. Aproveite esse momento pós-tempestade, onde ainda há o cheiro da chuva, das folhas verdes e até do própria terra que nos sustenta, e busque a paz. Busque paz interior, busque aquele Fábio que muitas vezes encantou a mim e aos milhares de amigos que tem. Não que este que ae está seja ruim, mas nós, ou no caso eu queremos vê-lo feliz!

Vc se lembra do passeio que estamos devendo, lá na usina em Americana? E de irmos ao cemitério a noite, eu vc e os pessoal como quase fomos naquela vez?
Mesmo que não sejam roteiros possíveis em nossas vidas, nunca vou me esquecer de Piracicaba, naquela vez que vc desceu do carro e ainda fomos parar naquela ponte próxima ao engenho.
A felicidade se faz em momentos como esses, que marcam as nossas vidas e nos trazem saudades como esta que sinto agora.

As paixões vem e vão com o tempo. Terás no seu caminho alguém com quem compartilhar todos os seus sonhos, sentir todo o amor que teu coração deseja viver. Não percas a esperança, também não perca as pessoas e as chances que a vida lhe traz.

Continuarei com meus formalismos e desejo que tu não te machuques(e tb não machuque a ninguém). Agora peço-lhes licença pois tenho que voltar ao meu mundinho confuso, ao meu "hidden place". Estou ainda a travar conhecimentos com o tempo, e este já me ensinou algumas coisas interessantes.

R.I.P.