quinta-feira, outubro 20, 2011

Imagem do dia: A morte de Gaddafi



Revolucionários contrários ao ditador Muammar Gaddafi - Líbia. Foto: Folha de SP
 
  
Não apenas um mote da revolução francesa, os ideais “Liberdade, Igualdade e Fraternidade” tornaram-se princípios universais. Estes certamente são defendidos por qualquer movimento que se choque com idéias e formas de governos contrários e antíteses dos valores proclamados por volta dos anos de 1790.
Um governo autoritário e ditatorial, como o de Gaddafi e tantos outros mundo afora, jamais estará alinhado com a liberdade humana, com a igualdade dos povos e com a fraternidade entre pares e etnias múltiplas.
Os revoltantes comemoram hoje a morte do ditador que assolou seu país em 40 anos sobrepondo aos princípios básicos à humanidade suas regalias. Mordomias estas que não se limitavam apenas ao poder soberano na Líbia, mas também ao acúmulo de riqueza em detrimento a pobreza extrema de sua nação, à luxos como inúmeras residências frente a miséria e  ausência de direitos sobre qualquer metro quadrado  por parte de alguns de seus conterrâneos.
Penso o quanto esses revolucionários têm a nos ensinar, não só pela luta por suas próprias vidas, mas por recuperar (ou manter vivo) os propósitos de uma transformação social baseada na ética, no valor humano, nos princípios de salvaguarda de um mundo em constante mudança. Assim, reflito o quanto as amarras, quase imperceptíveis, nos mantém nessa antítese dos ideais: Liberdade, igualdade e fraternidade.
Num contexto de conforto concedido ao custo da manutenção de um sistema, precisamos enxergar as atas que nos prendem e nos mantém alienados e limitados apenas as nossas realidades.  Precisamos nos armar contra as desigualdades ante uma realidade de todos. Penso quantos “Gaddafis” mantêm-se escondidos na maquina pública extorquindo não apenas a riqueza material de um povo, mas seus direitos básicos à vida, ao bem estar, à vivência digna do que vem a ser a experiência humana.  
Sendo assim, iniciativas contemporâneas como as proclamadas pelos atos contra a corrupção serão sempre bem vindas.  E por sorte ou conjuntura não precisamos das armar usadas pelos homens líbios. Cabe pontuar que uma de suas pautas tem a obrigação de ser discutida nas casas de leis – tornar atos corruptos crimes hediondos. Não podemos nos sujeitar a apatia e deixar que representantes públicos saiam ilesos diante de atos que furtam tais direitos. Não podemos aceitar que determinados pseudos ministros e chefes de estado, vulgos sindicalistas e partidários nos roubem o que é de mais digno a pessoa humana – a ética e o compromisso com os ideais coletivos supracitados.
Gostaria que a morte de Gaddafi nos trouxesse a vida, uma vida de esperança que nos salve de uma inércia alienante e que revigore a vontade de militar contra qualquer abuso de poder em qualquer parte do mundo. E mais, que nos mova à ação. 

 

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