Acontece
no próximo domingo (10/06) a 16ª edição da Parada do Orgulho de Lésbicas, Gays,
Bissexuais, Travestis e Transexuais de São Paulo. Um dentre tantos eventos, de
diferentes tipos - que acontecem diariamente não só na capital paulistana, mas
em diversas cidades dos estados brasileiros e pelo mundo a fora.
Alessandro
Soares da Silva (2008) fala de movimentos e não movimento LGBT. Seja na
perspectiva acadêmica, da militância, da visibilidade e até da festa os
movimentos sociais não são, como muitos significam, algo institucionalizado,
normatizado, estático. Seu nome já revela seu caráter de transitoriedade, de
ação em processo.
Pensar em
movimentos sociais requer uma atenção para além das estruturas sociais, dos
contextos partes de um sistema. É preciso que se relacionem os significados e
sentidos de todos aqueles que constroem o movimento, ou seja, tanto dos que
participam nas ruas, escolas, universidades, ONGs, quanto daqueles que falam a
respeito. Os discursos também são formas de significar o homem e o mundo.
Na última
quarta-feira, no lançamento do livro “(In)Visibilidade
Vigilante: representações midiáticas da maior parada gay do planeta”, o autor
Steven Fred Butterman (2012), professor da Universidade de Miami, é
questionado por um jornalista sobre a contradição do país que é cenário da
maior parada do mundo ser também a nação que sustenta o maior índice de
assassinatos de LGBTs na América. E cabe ressaltar que só são contabilizados
aqueles que a morte foi registrada como conseqüência da intolerância homofóbica.
Ao responder, Steven fala da sua percepção sobre a parada de
São Paulo como um espaço democrático, em que há todos os tipos de “tribos”,
como a dos Skinheads simpatizantes a causa LGBT, uma das possibilidades
explicativas da dimensão do evento paulistano. Acrescento a perspectiva da
Consciência Política de Salvador Sandoval (2001), descrita a partir do
sentimento de injustiça, da identidade coletiva, das expectativas societais,
bem como dos interesses simbólicos e materiais.
Tudo isso faz do sujeito político, consciente ou não de sua
ação, alguém parte de um movimento. E não apenas o protesto em repúdio à
violência motivará os sujeitos, mas também a vontade de viver, de expressar a
sexualidade – seja numa festa, num levante de cartazes, num grito ao megafone
ou num ato suicida.
“E aqueles que foram vistos dançando foram julgados
insanos por aqueles que não podiam escutar a música”. Friedrich Nietzsche
Nenhum comentário:
Postar um comentário