domingo, junho 24, 2012

"Pau Mole" (Maria Rezende)


Adoro pau mole.
Assim mesmo. 
Não bebo mate, 
não gosto de água de coco, 
não ando de bicicleta, 
não vi ET 
e a-d-o-r-o pau mole.
Adoro pau mole, 
pelo que ele expõe de vulnerável 
e pelo que encerra de possibilidade.
Adoro pau mole, 
porque tocar um pressupõe a existência de uma liberdade 
e uma intimidade que eu prezo e quero, sempre.
Porque ele é ícone do pós-sexo 
(que é intrínseca e automaticamente - ainda que talvez um pouco antecipadamente)
sempre um pré-sexo também.
Um pau mole é uma promessa de felicidade sussurrada baixinho ao pé do ouvido.
É dentro dele, em toda a sua moleza sacudinte de massa de modelar,
que mora o pau duro e firme com que meu homem me come. 

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