quinta-feira, junho 30, 2011

"Quando os jovens saíram às ruas, todos os partidos pareceram velhos".

O título acima se trata de uma frase reproduzida por Emir Sader, da Carta Maior, num artigo em que fala da falta que a rebeldia dos jovens nos faz. As vozes silenciadas da juventude começam a ganhar força em outros cenários e as estruturas estatais se mostram senhoras diante da atual conjuntura.

Ao mesmo tempo em que os partidos se vêem esvaziados do sentimento juvenil, de utopias e sonhos de militantes por um mundo melhor, os mesmos, acuados, abrem espaço ao conservadorismo e a resistência pela transformação, daí até os jovens que lá estiverem reproduzirão a lógica do sistema institucionalizado, normatizado, estagnado e, certamente, sem perspectivas de mudanças. Os atores desse cenário apenas multiplicam retóricas que, com sorte, aplicam-se a realidade atual. Dessa forma, os partidos jamais serão o espaço, para eles, os jovens, lutarem.

Leonardo Boff aponta, no mesmo portal - Carta Maior, que a idéia de Marx, de que o capital iria em direção da destruição de suas fontes de riqueza e reprodução – a natureza e o trabalho, está se concretizando. E mais, que a capacidade do sistema em se adaptar chegou ao fim. O sistema que passou exigir mão de obra qualificada para alimentar seu crescimento, involuntariamente, formou um coletivo de pessoas pensantes que não tendo espaço, direcionam forças contrárias a ele, seja pelo seu fim ou pela própria autodestruição.

Essa semana circulou no grupo virtual do Movimento Estudantil da UFSCar opiniões sobre o “desmonte”, como um colega classifica, do órgão máximo de representação estudantil – o DCE (Diretório Central dos Estudante). A chapa eleita abdicou, os diretores se exoneraram de seus cargos e divulgaram uma carta de justificativa e posicionamentos frente ao movimento estudantil e contexto que a universidade vivencia – a greve dos servidores e a ocupação no Restaurante Universitário. “Ainda bem que o MOVIMENTO ESTUDANTIL não depende do DCE Livre da UFSCar, e se mostra ativo” diz um membro do [MEUFSCAR].

Dois textos e uma conversa revelam a transversalidade territorial que o movimento juvenil representa e que as respostas a uma realidade requerem reflexão e pensar. E é assim que surgem as novas formas de dar voz a idéias e valores a uma sociedade. Assim, ganham força manifestos como a marcha pela liberdade de expressão, pela descriminalização da maconha, o beijaço gay, a ocupação de espaços públicos, etc.

E nesse contexto de abuso descarado de poder, de coronelismo, de escândalos políticos, enfim, de irresponsabilidade com os interesses públicos, que vivenciamos em nossa cidade, assim como em tantas outras do nosso país, só vejo um motivo principal: a despolitização das pessoas quando deixam de pensar, sobretudo a juventude. Aliás, envergonha-me um político daqui que se apropria da classificação de ser um jovem. Quando, na verdade, apenas reproduz um sistema dado, visto em instituições e partidos engessados, conservadores, jamais vanguardistas. Entristece-me também ter instituições de ensino superior como as que encontro aqui, vítimas e vilãs do mercado. Em contato com o UNISAL e a FAM nenhuma instituição soube me informar sobre qualquer grupo de militância estudantil.

2 comentários:

Fábio Ortolano disse...

Obrigado Gê (Angela Teberga) pelo envio dos artigos da Carta Maior.

disse...

Eu já ía dizer que faltou o crédito da publicidade hahah Mas agora eu vi o comentário, rs Beijinhos.